segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Suor e só!

E você me tocou com suas mãos
meu coração disparado
rumo ao seu
que distante foi ficando
calado e só

E você me olhou com tesão
derretendo minha amargura
máscara ao chão
fui sua em pêlo
tanto zêlo...

Eu te quis essa noite
amanhã pode não ser
desculpe se não fiz assim parecer

Eu te dei meu suor e só
pois sei que vai embora
e não quero chorar, vá!...mas volta.

Por Annali Guedes Mendes.

O simples me sorri confuso

O simples me sorri confuso
eu fujo
e complico tudo
como num susto
tudo dispara, grita
e a vida feito água
turva fica e pára

E chove agora
dentro do ser que ri
lá fora
dorme consigo um tempo
clownesco que só
de alegrias vive
é de dar dó
em sol maior

Soa um som secreto
dizendo que está certo
decerto que sim
espeto o dedo, mas não
não adormeço
encaro então o lobo
que me devora e fim

Se a literatura é vã
vamos embora daqui
quero fugir, ficar, ouvir
se pudesse eu mesmo me parir
o faria
só pra eu mesmo ser
o filho da puta de mim

Lutar enfim me resta
mas nem sou espadachim
mosqueteiro talvez
daqueles com raquete nas mãos
desilusão, razão, ilusão
tudo tão distante
pareço um infante

E me escorre a garganta
meu mel verdadeiro
tiro certeiro, colméia
favos de sol, luz
condiz, conduz, hindus
sábios sois mestres orientais
quero mais saber
me dê a fórmula
de toda essa besteira
que me deixa petrificado
mudo, sério e calado.